11 Jul O recurso chamado vinho
A Europa produz mais de metade do vinho mundial e esta produção é uma actividade económica basilar para muitas economias regionais, pelo que a vitivinicultura exerce um papel relevante na empregabilidade de áreas rurais de diversos estados membros da UE.
Segundo dados disponibilizados pela Wine in Moderation, no ano de 2005 havia cerca de 1,3 milhões de pequenas quintas com vinhas para produção de vinho na UE-25, representando mais de 20% da totalidade de quintas da UE. Essas pequenas quintas, por sua vez, representariam aproximadamente 20% do emprego total em agricultura na UE, gerando emprego para mais de três milhões de pessoas, tendo ainda a mão-de-obra familiar um papel muito expressivo.
Neste sector, para além dos trabalhos permanentes, há também o emprego sazonal na época de vindima e os países mediterrâneos empregam cerca de 84% da mão-de-obra total utilizada nas pequenas propriedades com vinhas. Outro dado importante é a descida significativa do número de pequenas quintas, bem como do nível correspondente de emprego, o que revela o longo processo de reestruturação do sector do vinho europeu.
No que toca à dimensão socioeconómica do cultivo da vinha, esta extrapola a actividade agrícola e tem de se ter ainda em conta as actividades ligadas à produção de vinho, a exemplo do enoturismo, do comércio e do marketing do vinho, da tanoaria, do engarrafamento, da rotularem e da produção de cápsulas e rolhas.
A vitivinicultura exerce também um papel ambiental, já que a vinha propicia a presença humana em áreas inóspitas que em muitas circunstâncias não possuem outro valor económico e as videiras cultivadas nas encostas das montanhas contribuem para evitar a erosão do solo e podem ainda colaborar na protecção contra incêndios, na medida em que a pouca densidade dos seus rizomas ajudam a evitar o alastramento do fogo.
Uma vez que o sector do vinho acrescenta valor às paisagens e contribui para a sua preservação, a Convenção Europeia da Paisagem também concede uma relevância particular às vinhas e com base nas suas provisões relativas à protecção, gestão e planeamento das paisagens, foram desenvolvidos muitos estudos para realçar o valor, estabelecer códigos para melhorar práticas, preservar o ambiente e promover as paisagens com vinhas como um rótulo de turismo de qualidade.