Natália Andrade

Apaixonada por vinhos, acredito que as coisas boas da vida devem ser brindadas. Encontre aqui dicas do que há de melhor no mundo da vitivinicultura.

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Sensações na boca: essência para apreciarmos melhor os vinhos

Sensações na boca: essência para apreciarmos melhor os vinhos

A boca é capaz de acolher três sentidos. Para além do sabor e cheiro (retronasal), as outras sensações  percebidas na boca são tácteis: adstringência, temperatura, corpo e efervescência. A nossa língua e cavidade oral têm tacto, pelo que nos conferem essa diversidade de sensações e compreende-las nos auxilia a apreciar melhor o vinho.

A adstringência 

Este é um termo utilizado para descrever a sensação de secura e pungência na gengiva, língua e palato, devido aos taninos contidos no vinho. Esta secagem e constrição que ocorre através do contacto da substância com as papilas gustativas e tecidos da boca é chamado adstringência.

A temperatura

Neste caso, estamos nos referindo à temperatura física (graus C) do vinho, de modo que não deve ser confundido com os sabores frescos ou quentes, que se devem à acidez do vinho ou do álcool. A temperatura física, isto é, a temperatura em graus Celsius que o líquido se encontra é aquilo a que chamamos temperatura de toque ou sensação seudotérmica que um vinho produz e que depende da sua composição. Note-se que servir o vinho na temperatura adequada aumenta a sua expressão, enquanto uma temperatura de serviço muito fria ou muito quente pode facilmente desfigurar a sua percepção.

O corpo

Este termo descreve a sensação táctil que o vinho produz em contacto com o palato, principalmente devido ao seu teor alcoólico, mas também a consistência do líquido e a intensidade dos seus sabores. Isto é, o corpo consiste na quantidade de extracto seco de vinho, a sensação de densidade e volume com que é percebido na boca. Imagine, por exemplo, um gole de chocolate quente ou iogurte na boca, essa sensação volumosa é o corpo da bebida.

A efervescência

Este é o fenómeno que verificamos nos vinhos espumantes e raramente nos vinhos jovens tranquilos. A  efervescência consiste na libertação de gás (pequenas bolhas de dióxido de carbono) no líquido e o termo é empregue na enologia para descrever o espumejar ou o estalido resultante desta libertação de gás.

A textura

A impressão táctil no seu conjunto é um factor de qualidade da bebida e é igualmente importante a maior ou menor suavidade da passagem do vinho pela boca. A textura dos vinhos é habitualmente comparada ao toque de diferentes tecidos (por isso, não será de estranhar que numa prova comentada citem comparações ao toque da seda, do  cetim ou do veludo,  por exemplo).

Natália Andrade
blog.winelicious@gmail.com