Natália Andrade

Apaixonada por vinhos, acredito que as coisas boas da vida devem ser brindadas. Encontre aqui dicas do que há de melhor no mundo da vitivinicultura.

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Afinal, o que é um vinho bom?

Afinal, o que é um vinho bom?

Caru Beraud, analista de sistemas de formação e enófila de coração. Por amar tanto os vinhos, acabei me aprofundando no assunto e sigo em direção ao WSET Diploma (ou, WSET nível 4). Sempre que possível busco compartilhar os meus conhecimentos a fim de democratizar e ajudar a difundir a cultura responsável dessa deliciosa, envolvente e charmosa bebida. 
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Desde que comecei a me aprofundar no universo dos vinhos, a pergunta que mais me fazem é: afinal, o que é um vinho bom?

Nem sempre a resposta a essa pergunta é simples, já que o mundo dos vinhos é um território repleto de subjetividade, e muitos de nós podemos passar toda a nossa “vida vinícola” tentando encontrar uma resposta e jamais encontrá-la.

Fazer a avaliação de um vinho é mais do que definir se ele agrada ou não o nosso paladar. Gostar ou não de um vinho diz muito sobre nós mesmos (e certamente é uma conclusão muito válida de se fazer) mas, infelizmente, nenhum vinho é ótimo só por que gostamos dele. Para exemplificar podemos fazer o seguinte paralelo: você pode não gostar das obras de Picasso, mas há de concordar que ele foi um grande pintor.

Nesse post vou compartilhar com vocês algumas das características que fazem um vinho ser reconhecido como um “ótimo vinho” com a intenção de trazer algum tipo de objetividade para suas próximas degustações.

Equilíbrio

Este é um dos conceitos mais usados para descrever um ótimo vinho. Dizemos que um vinho é equilibrado quando todos os seus grandes componentes (acidez, álcool, fruta e tanino) estão em equilíbrio, ou seja, não há um único componente que se destaque mais do que os outros.

Exatidão

Excelentes vinhos possuem sabores precisos, bem definidos e, acima de tudo, expressivos. Para entender isso, imagine o pára-brisas de um automóvel em um dia de chuva. Após um tempo ele provavelmente ficará embaçado. Você ainda será capaz de enxergar a estrada, mas com certa dificuldade, pois as imagens estarão “confusas”. Podemos dizer então que os sabores de ótimos vinhos tem uma precisão equivalente a visibilidade de um pára-brisas em um dia ensolarado, claro e limpo.

Complexidade

Os vinhos podem ser classificados em um intervalo que vai do simples ao complexo. Vinhos simples geralmente possuem um ou dois sabores e aromas, sendo difícil realizar maiores descrições sobre eles. Já os vinhos complexos possuem várias camadas de aromas e sabores e incontáveis descrições são possíveis.

Persistência

Esse conceito refere-se a quão longo é o final de um vinho, ou seja, por quanto tempo as sensações agradáveis permanecem na boca uma vez que o vinho tenha sido engolido (ou cuspido). Ótimos vinhos tem a capacidade de serem sentidos por muito tempo após o gole.

Intensidade

Ótimos vinhos tem a intensidade perfeita, não são nem diluídos e fracos demais nem concentrados e fortes demais.

Distinção

Este é talvez o mais alto dos atributos de um grande vinho. Excelentes vinhos tem características próprias (aromas, sabores, texturas etc), que dão a eles um caráter único e insubstituível.

É claro que é preciso tempo e prática para conseguir perceber tais caracteríticas, porém, mesmo que você esteja no início da sua jornada nesse mundo tão encantador e envolvente, ainda assim você será capaz de reconhecer um ótimo vinho, pois só eles tem a capacidade de mexer com nossas emoções, de nos fazer sentir.

Natália Andrade
blog.winelicious@gmail.com