Natália Andrade

Apaixonada por vinhos, acredito que as coisas boas da vida devem ser brindadas. Encontre aqui dicas do que há de melhor no mundo da vitivinicultura.

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Entrevista com o actor e enófilo Antônio Calloni

Entrevista com o actor e enófilo Antônio Calloni

O actor e enófilo Antônio Calloni comanda o @per_bacchum, onde partilha dicas e sugestões de bons vinhos, vale a pena conferir!

 

Como surgiu a sua paixão pelos vinhos?

Meus pais são italianos de Lucca, região da Toscana. Era comum os vinhos nas refeições. Quando pequeno, costumava tomar vinho misturado com água. O vinho sempre fez parte da minha vida e, graças ao bom Deus (e a Bacco), nunca me excedi. Sempre apreciei e aprecio a bebida com moderação e prazer.

Qual estilo de vinho que mais aprecia?

Gosto dos vinhos que podem ser “mordidos”. Vinos rústicos e encorpados me dão grande prazer. Sou fã dos bons Primitivos da Puglia e dos grande Amarones do Vêneto. Os vinhos do Josko Gravner, atualmente, estão entre os meus preferidos. Ele é um gênio.

Na sua adega há alguma região vitivinícola ou casta que sobressaia, de modo a dizer que é a sua favorita?

Digo que os italianos são meus preferidos por uma questão de origem, mas, na verdade, existem vinhos extraordinários em quase todo mundo. O Quinta do Vale Meão, por exemplo, é um vinho estupendo. Os borgonhas, os bordeauxs… enfim… sem deixar de citar os espumantes brasileiros que, como já sabemos, figuram entre os melhores do mundo.

Suas raízes italianas levam-lhe a ter uma predileção pelos vinhos italianos?

Sem dúvida!

Pode partilhar uma sugestão de harmonização?

Cantuccini (biscoitos doces) com Vin Santo toscano. É a harmonização clássica de todo bom italiano.

Ao seu ver, os vinhos brasileiros são uma grande aposta? Se sim, quais sugestões daria para quem prova estes vinhos pela primeira vez?

Apesar do terroir brasileiro não ser muito propício aos tintos, podemos constatar que eles estão cada vez melhores devido ao avanço da tecnologia e da qualidade dos nossos enólogos. O Don Abel Rota 324 é um vinho muito bem feito. A Villa Francioni de São Joaquim também produz tintos de muito boa qualidade. Temos a vinícola Casa Perini, a vinícola Guatambu, ambas com rótulos premiados… enfim, muita coisa para provar.

Algumas regiões do Brasil têm uma amplitude térmica próxima aos grandes produtores do velho mundo. Outras têm um índice pluviométrico muito alto, o que favorece a acidez nos vinhos. Daí a facilidade com os espumantes.

O vinho é uma bebida festiva, que chama ao convívio. Os brasileiros são conhecidos pela sua alegria de viver. Assim, acredita que nos próximos anos haverá uma maior aproximação da população com a cultura do vinho, tornando este consumo menos elitizado, existindo então uma maior procura pela bebida e uma maior valorização dos vinhos nacionais?

O brasileiro ainda bebe pouco vinho, mas parece que o consumo melhorou. Nosso vinho é o espumante, o branco e o Rosé. Somos um país quente. Devemos deixar de lado o preconceito com o rosé que pode ser um vinho bem agradável.

Acredita que já tenha provado o “melhor” vinho da sua vida ou acredita que o mundo de Baco ainda é capaz de surpreendê-lo?

Por enquanto o Conteisa do Gaja, foi o vinho que mais me impressionou até hoje. Sem falar nos brancos do Josko Gravner. Mas surpresas sempre podem, e devem, acontecer.

Para encerrar, o que vinho representa na sua história?

O vinho representa prazer, sociabilidade, comunhão, alimento e uma sagrada embriaguez. Evoé!!!

Natália Andrade
blog.winelicious@gmail.com