22 Jul Península de Setúbal
A Península de Setúbal é uma região turística que não se destaca apenas pelos vinhos. As belas praias e a gastronomia rica (destaque para os mariscos e peixes frescos, para os pratos típicos como a caldeirada e o choco frito, ainda para o afamado queijo de Azeitão e para a doçaria tradicional com as Tortas de Azeitão, os Pastéis de Moscatel e as Fogaças de Palmela) atraem muitos turistas ao longo do ano.
Esta região conta com um património natural e cultural peculiar. Os Rios Sado e Tejo, o Parque Natural da Arrábida e a Reserva Natural do Sado são paisagens marcantes da região. Se tiverem oportunidade de visitar a região incluam no vosso roteiro o Castelo de Palmela e o de Sesimbra, o Convento de Nossa Senhora da Arrábida, Miradouro do Forte de São Filipe e o Complexo Arqueológico Romano de Tróia, são atracções que valem a pena a visita.
As vinhas
As vinhas da Península de Setúbal dividem-se entre duas regiões: a montanhosa, formada pelas Serras da Arrábida, São Luís e Rasca, suas expansões nos montes de Palmela, Barris, São Francisco e Azeitão e pelas planícies dos Concelhos de Palmela e Montijo, que se prolongam para sul. A região possui um clima mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos frios e chuvosos. A influência atlântica e dos rios Tejo e Sado propicia a produção de uma larga variedade de castas, onde sobressaem a Castelão e o Moscatel Graúdo.
Os vinhos originados nesta região são tendencialmente frescos, frutados, aromáticos, estruturados e complexos.
Moscatel de Setúbal
O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso com uma longa história, cuja área produtiva se encontra delimitada desde 1907, embora a sua produção tenha iniciado anteriormente. A qualidade ímpar deste vinho conferiu-lhe prestígio a nível internacional, tendo o nome do monarca francês Luís XIV na lista dos seus grandes apreciadores.
Este vinho generoso caracteriza-se pelas suas qualidades de aroma e sabores únicos, resultantes das condições edafoclimáticas e das castas utilizadas, em especial da casta Moscatel de Setúbal, que é apontada como a casta mais aromática do mundo. Este vinho apresenta uma cor dourada, que varia do topázio claro ao âmbar, e um aroma floral exótico, remetendo-nos, nos vinhos novos, para aromas como o da flor de laranjeira e tília, eventualmente rosas, com toques de mel, citrinos, líchias, pêras e tâmaras e, nos mais velhos, aromas mais complexos e subtis com notas de frutos secos.
Note-se que existem dois tipos de vinhos generosos com direito à denominação de origem controlada Setúbal (DO Setúbal): o produzido a partir de castas brancas, onde a casta Moscatel de Setúbal está obrigatoriamente presente numa percentagem igual ou superior a 67%, e o produzido com castas tintas, onde a casta Moscatel Roxo está presente com uma percentagem mínima de 67%. As designações tradicionais «Moscatel de Setúbal», «Moscatel Roxo» ou «Roxo» só podem ser usadas quando estas castas contribuam com, pelo menos, 85% do mosto utilizado.
Moscatel Roxo
Este vinho generoso possui um aroma mais seco e complexo quando comparado ao Moscatel de Setúbal, porém não menos rico, à prova excede as expectativas criadas pelo aroma apresentando um paladar finíssimo onde ressaem as especiarias e as compotas de ginja e figo.
Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal
Instituição fundada no ano de 1991 que visa assegurar a origem, o prestígio e a qualidade dos vinhos desta região. Esta é responsável pela certificação dos vinhos regionais IG Península de Setúbal (Indicação Geográfica), DO Setúbal (Denominação de Origem) e DO Palmela.